O EMDR (Eye Moviment Desensitization and Reprocessing) é uma abordagem americana desenvolvida por Francine Shapiro que ajudou no tratamento dos traumas do atentado de 11 de Setembro.
Por meio da estimulação cerebral, usando os movimentos oculares bilaterais, essa técnica acelera o tratamento de diversas patologias e problemas de auto-estima relacionados a experiências traumáticas ou condições presentes difíceis.
Esta é a técnica que mais possui estudos científicos comprovando a sua eficácia, e temos muitas hipóteses a respeito de sua atuação.
A principal delas é de que as experiências negativas de vida e/ou os traumas alteram o equilíbrio bioquímico do sistema de processamento da informação cerebral. Este desequilíbrio impede que a informação seja processada adequadamente. Assim as percepções, emoções, crenças e significados derivados da experiência traumática ou de impacto ficam “bloqueadas” no sistema nervoso, atuando como no momento do trauma, impedindo que a vida ocorra de forma saudável para a pessoa e para todos que de alguma forma se relacionam com ela na vida.
Assim, a terapia do EMDR promove uma melhoria na comunicação entre os hemisférios cerebrais, permitindo que o material bloqueado no momento do trauma seja dessensibilizado, processado e reintegrado de forma saudável.
Há inúmeras formas de trabalhar com o EMDR. Os emederristas chamam a estas diferentes formas de protocolos.
Existem, por exemplo, formas de trabalhar com eventos que aconteceram na fase gestacional da pessoa, mesmo que ela não saiba destes eventos e apresente apenas sensações ou sintomas indescritíveis.
Podemos utilizar, ainda, protocolos, com crianças e mesmo com adultos, a partir de histórias infantis ou histórias criadas para aquela pessoa.
E temos protocolos para trabalhar com os sonhos, principalmente os sonhos repetitivos, que sempre guardam um conteúdo importante para a pessoa e ficam voltando na “esperança” de serem cuidados.
Além destes, temos ainda os protocolos clássicos, que nos permitem trabalhar diretamente com as situações impactantes vividas, abordagem que deve ser feita de forma delicada e distanciada, dando recursos ao cliente para que ele possa reprocessar os conteúdos da forma mais saudável possível e estes conteúdos possam servir, a partir daquele momento, como experiência de vida.